A Associação Internacional de Atletismo (Iaaf) decidiu retirar os recordes das modalidades ligadas ao esporte que correspondem um período anterior a 2005.
Essa questão não é inédita, há alguns anos se cogita a verificação.
Devido aos diversos escândalos recentes por conta de doping envolvendo alguns dos atletas responsáveis pelas marcas.
Como a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) só começou a armazenar amostras de sangue e urina em 2005, todas as marcas anteriores não cumpririam esse critério e, portanto, seriam inválidas.
Essa questão não é inédita, há alguns anos se cogita a verificação.
Devido aos diversos escândalos recentes por conta de doping envolvendo alguns dos atletas responsáveis pelas marcas.
A decisão da entidade, no entanto, foi fortemente reprovada por quem detém recordes que garantem não terem sido alcançados devido a influência de substâncias ilícitas no corpo.
É o caso de Mike Powell, dono de recorde do salto em distância que será retirado.
Para Powell, que irá brigar judicialmente para manter sua marca, a tentativa da Iaaf de consertar recordes manchados por interferência de doping não pode reescrever a história de marcas conseguidos com esforço e dedicação, o que avisa ser o seu caso.
Powell é dono do melhor desempenho da história no salto em distância, graças a marca de 8 metros e 94 centímetros alcançados em agosto de 1991 e jamais igualada ou ultrapassada desde então.
Algumas como a Associação Europeia de Atletismo (EAA) admitiu esta redefinir todos os recordes da Europa em resposta às crescentes dúvidas quanto aos desempenhos desportivos de uma época marcada pelo doping.
"É uma solução radical, com certeza. Mas os amantes do atletismo estão cansados das dúvidas que pairam há demasiado tempo sobre os nossos recordes", justificou o presidente da EAA, o norueguês Svein Arne Hansen.
A proposta foi adotada este fim de semana numa reunião do Conselho de EAA e surgiu na sequência do trabalho de uma comissão criada em janeiro: "Precisamos de uma ação decisiva para restaurar a credibilidade e confiança".
Neste sentido, todos os recordes antes de uma data, a ser definida, seriam incluídos na categoria 'velhos recordes da Europa', com o objetivo de ter os desempenhos menos propensos a dúvidas quanto à sua obtenção com possível recurso ao doping.
A proposta ser vai submetida à Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) que a considerará na reunião do seu conselho, em agosto.
"Para que esta proposta seja adotada nos recordes mundiais, precisamos de um acordo global. Avançar significaria reconhecer que colocámos em prática sistemas antidoping mais fortes e seguros nos últimos 10-15 anos", disse Sebastien Coe, presidente da IAAF, que participou na reunião.
Coe reconheceu que "há atuais recordistas que pensarão que reescrever a história lhes vai retirar algo", recordando que se esta proposta avançar "será um passo na direção certa, se for feito de forma estruturada, pois será uma boa oportunidade de recuperar a credibilidade nesta área".
Entre os registros Europeus que mais gera dúvidas estão os recordes mundiais da década de 1980 como os da checa Jarmila Kratochvilova nos 800 metros ou os da atleta da ex-RDA Marita Koch nos 400.
24 recordes do mundo masculinos e femininos, além de vários europeus, entre os quais o do atleta português Francis Obikwelu, que detém o melhor tempo europeu de sempre nos 100 metros, com 9,86 segundos, obtidos nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.
Esta proposta surgiu na sequência de um trabalho desenvolvido por uma comissão criada em janeiro para analisar os efeitos do doping no atletismo.
E as conclusões apontam para a necessidade de limpar todos os recordes antes de 2005, que passariam a ser denominados de "velhos recordes da Europa". Ou seja, apenas seriam validadas as marcas obtidas após esse ano, no qual a IAAF começou a armazenar amostras de sangue e urina recolhidas nos controlos anti-doping.
"Admito que esta seja uma solução radical, mas os amantes do atletismo estão cansados das dúvidas que pairam sobre os recordes", explicou o norueguês Svein Arne Hansem, presidente da EAA, que pretende "uma ação decisiva para restaurar a credibilidade". Sebastien Coe, presidente da IAAF, assumiu que "para que a proposta seja adotada é preciso um acordo global".
Apesar de uma decisão definitiva só ser tomada em agosto, numa reunião do conselho da IAAF, alguns atletas já vieram criticar esta intenção.
A britânica Paula Radcliffe, recordista europeia e mundial da maratona, apontou o dedo a quem quer retirar os seus méritos: "Trabalhei arduamente para alcançar os meus recordes e eles serão sempre válidos para mim, pois sei que foram obtidos através de um trabalho árduo e conforme as regras."
A antiga maratonista, hoje com 43 anos, lembra que "os dirigentes devem proteger os atletas limpos, mas mais uma vez não o fazem", acrescentando que nas suas carreiras "tiveram de competir contra os batoteiros".
Também Steve Cram, antigo campeão mundial dos 1500 metros, considerou esta proposta "uma saída fácil" para os dirigentes e "um verdadeiro exercício de relações públicas que, por si só, não irá acabar com os batoteiros no atletismo".
Incomodada com as reações negativas vindas um pouco de toda a parte, o grupo de trabalho autor desta proposta veio esclarecer, através do seu presidente Pierce O"Callaghan, que atletas como Paula Radcliffe, Jonathan Edwards e Colin Jackson "são danos colaterais" desta medida. "Pedimos desculpa a estes atletas, nunca quisemos denegrir a sua reputação, mas foi entendido que é preciso dar credibilidade ao desporto", frisou.
47% dos atuais recordes mundiais do atletismo foram obtidos antes de 2005
Recordes mundiais icônicos como os do cubano Javier Sotomayor (do salto em altura, que fez 2,45 metros em 1993), da americana Jackie Joyner-Kersee (do heptatlo, que marcou 7.291 pontos em 1988) e do etíope Kenenisa Bekele (que, nos 5.000 metros, fez 12min37s35 em 2004) podem ser apagados.
.A novidade veio no dia 1º de maio, quando a European Athletics (entidade máxima do atletismo na Europa) anunciou uma proposta drástica: anular todos os recordes mundiais registrados antes de 2005.
Recordes mundiais icônicos como os do cubano Javier Sotomayor (do salto em altura, que fez 2,45 metros em 1993), da americana Jackie Joyner-Kersee (do heptatlo, que marcou 7.291 pontos em 1988) e do etíope Kenenisa Bekele (que, nos 5.000 metros, fez 12min37s35 em 2004) podem ser apagados.
.A novidade veio no dia 1º de maio, quando a European Athletics (entidade máxima do atletismo na Europa) anunciou uma proposta drástica: anular todos os recordes mundiais registrados antes de 2005.
As marcas só serão válidas se seguirem três condições:
- Se a marca tiver sido obtida em uma competição que consta numa lista de eventos internacionais aprovados, onde são garantidas normas de mais alto padrão de arbitragem e equipamento técnico
- Se o atleta tiver sido submetido a um certo número (a ser combinado) de testes antidoping nos meses anteriores à marca
- Se as amostras do atleta após ele ter quebrado o recorde forem armazenadas e ficarem disponíveis para novos testes por 10 anos.
Como a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) só começou a armazenar amostras de sangue e urina em 2005, todas as marcas anteriores não cumpririam esse critério e, portanto, seriam inválidas.
Para ter uma pequena idéia oque causará essa decisão observe os recordes olímpicos a serem banidos, ainda temos os mundiais e os europeus.
Acho válido premiar o trabalho justo e honesto, essa tentativa de ter índices reais sem doping merece apoio.
Mas e os talentos? Atletas excepcionais serão punidos nessa "caça as bruxas". Ainda temos os atletas falecidos que terão sua imagem ligadas doping e manchadas sem provas.
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