Redução das aulas EF escolar é culpa do governo e do MEC
A secretária estadual da Educação comunicou à sociedade, através da imprensa, que "mudou de ideia" novamente sobre a matriz curricular para a rede estadual de ensino.
A Secretaria já publicou no Diário Oficial do Estado várias versões da matriz, a última delas reduzindo a carga horária de História e Geografia, devido à obrigatoriedade da inclusão de Filosofia e Sociologia no ensino médio por determinação de lei federal.
Agora, diz à imprensa, no lugar de História, a disciplina a ser sacrificada será Educação Física. Estes fatos demonstram a forma errática e inconsequente como a educação vem sendo gerida no estado de São Paulo, com decisões tomadas em gabinetes, longe da realidade das escolas e sem consulta aos que fazem o cotidiano do ensino.A secretária estadual da Educação comunicou à sociedade, através da imprensa, que "mudou de ideia" novamente sobre a matriz curricular para a rede estadual de ensino.
A Secretaria já publicou no Diário Oficial do Estado várias versões da matriz, a última delas reduzindo a carga horária de História e Geografia, devido à obrigatoriedade da inclusão de Filosofia e Sociologia no ensino médio por determinação de lei federal.
O tipo de "jogo" que a secretária faz com o currículo escolar reflete sua concepção fragmentária e minimalista da educação pública.
A secretária da Educação tem procurado responsabilizar o governo federal pelas suas dificuldades em equacionar a questão curricular.
Quando a obrigatoriedade da oferta de Filosofia e Sociologia no ensino médio estava prevista em resolução do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo MEC, e não, ainda, em lei federal, ela anunciou que não a aplicaria.
Levanto uma questão: O governo utiliza a questão para alimentar uma disputa política com vistas às eleições de 2010, como tem feito com outros temas, como as novas diretrizes para a carreira do magistério em discussão no CNE e, sobretudo, a jornada prevista na lei do Piso Salarial Profissional Nacional sancionada em 16 de julho pelo presidente Lula.
Entretanto, há solução para o problema e ela não passa pela redução burocrática de nenhuma disciplina e, sim, pelo redimensionamento dos tempos escolares, dando um maior dinamismo do próprio currículo, tornando-o mais ágil, mais atrativo para os alunos e com maiores possibilidades de trabalhar algo fundamental para uma educação de qualidade nos dias atuais: a interdisciplinaridade.
Não seria muito mais atraente, dinâmico e agradável para os alunos se as aulas, com menor tempo de duração, propiciassem a interação entre as disciplinas? Isto não permitiria aos alunos perceber a lógica da produção e transmissão do conhecimento, que não deve ser confinado em disciplinas estanques, que não se comunicam e não se inter-relacionam?
Estas e outras propostas poderão ser discutidas na rede de ensino se houver vontade política da secretária da Educação.
Será que o indivíduo não necessita do seu corpo também?
A mensagem que está sendo passada através da redução da carga horária de educação física é muito perigosa, pode até não ter tamanha pretensão, mas é necessário atenção.
fonte: Gazeta de Piracicaba/ Revista Crefsp